Pesquisa Clínica em Câncer de Pulmão
Estudo com alternativa de novo tratamento está aberto e busca voluntários com 18 anos ou mais, que já tenham sido diagnosticados com câncer de pulmão para se candidatar a pesquisa clínica.
Câncer de Pulmão - O que saber sobre ele
Segundo relatório do INCA[1] (Instituto Nacional de Câncer) o câncer de pulmão é um dos mais comuns no Brasil (sem considerar o câncer de pele do tipo não melanoma), sendo o terceiro mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres. Esta estatística nem sempre foi assim, porém a redução no percentual de fumantes na população vem ajudando na redução da incidência dos casos de câncer de pulmão, já que o cigarro é de longe a principal causa do câncer de pulmão.
Estima-se que 85% dos casos de câncer de pulmão sejam causados pelo cigarro, incluindo os fumantes passivos, que são aqueles que convivem com fumantes. Os demais casos são causados por exposição a agentes poluentes, químicos, físicos e mais raramente por fatores genéticos.
Estatísticas relativas ao câncer de pulmão
A incidência (taxa por 100.000 habitantes) do câncer de pulmão na população vem diminuindo desde os anos 1980 nos homens e desde os anos 2000 nas mulheres. A diferença se dá pelos padrões de adesão e cessação do tabagismo em cada um dos sexos[2].
A maioria das pessoas diagnosticadas com câncer de pulmão tem mais de 65 anos e a chance de se desenvolver câncer de pulmão é 1 em cada 15 pessoas entre os homens e 1 em cada 17 entre as mulheres, considerando fumantes e não fumantes, porém a chance de uma pessoa fumante desenvolver o câncer de pulmão é 15 vezes maior que em não fumantes.
Em relação as taxas de mortalidade por câncer de pulmão houve uma redução de cerca de 5% a cada ano entre 2015 e 2019, enquanto a mortalidade geral por câncer caiu cerca de 2% nesse período. Uma das causas está relacionada a interrupção do tabagismo, assim que identificada a doença o que também já demonstrou trazer benefícios importantes à sobrevida dos pacientes. As outras causas são relacionadas ao avanço das técnicas para diagnóstico, cada vez mais precoce e tratamentos mais eficientes.
Sintomas e Diagnóstico do Câncer de Pulmão
Os principais sintomas de um paciente com câncer de pulmão são tosse persistente, com ou sem sangue, dor no peito, cansaço, rouquidão e falta de ar. Porém, normalmente estes sintomas se manifestam quando a doença já está relativamente avançada o que dificulta o diagnóstico precoce.
Quanto mais cedo identificado o tumor, maiores são os prazos de sobrevida dos pacientes, por isso é importante, principalmente no caso dos fumantes, que o paciente procure um médico aos primeiros sinais da doença, mesmo que preventivamente. Existem exames que podem ser realizados com o objetivo de rastrear a presença de câncer de pulmão na população, porém o INCA não recomenda tal prática por julgar que os riscos da realização de tais exames, que envolvem alguma exposição a radioatividade, podem ser maiores que os benefícios.
O câncer de pulmão é dividido em tipos e subtipos que devem ser levados em conta na decisão de quais tratamentos devem ser aplicados, assim como o estágio de evolução do câncer e a localização das lesões.
É por essa razão que os exames realizados têm o objetivo não só de diagnosticar o câncer, mas também de diferenciar os tipos e subtipos do câncer, localizar as lesões e identificar as mutações genéticas associadas ao câncer. Entre esses exames estão o Raio-X, tomografia, PET-CT e biópsia.
Tratamento câncer de Pulmão
Os tratamentos utilizados contra o câncer de pulmão são variados e cada vez mais eficientes. Entre as principais opções estão a quimioterapia, radioterapia, cirurgia, terapias alvo e imunoterapia. Eles podem ser utilizados isoladamente ou combinados entre si e a decisão de quais os tratamentos mais adequados leva em consideração os tipos e subtipos do câncer, a evolução do quadro, localização dos tumores e mutações genéticas envolvidas.
Muitas vezes, quando uma abordagem não tem o efeito esperado os tratamentos devem ser modificados para que se encontre uma opção mais eficiente.
As terapias alvo agem normalmente inibindo algum fator de crescimento, seja do próprio tumor ou de estruturas auxiliares como por exemplo vasos sanguíneos, impedindo assim o crescimento do tumor.[3]
As imunoterapias são tratamentos bastante inovadores que atuam no sistema imunológico do paciente para que este ataque as células cancerígenas e assim impeçam o crescimento dos tumores[4].
A participação em pesquisa clínica em câncer de pulmão
Constantemente novos tratamentos contra o câncer de pulmão estão sendo desenvolvidos e o acesso a eles muitas vezes só é possível através da participação em pesquisas clínicas em câncer de pulmão. Nem toda pesquisa clínica é adequada a todos os pacientes e por isso é sempre importante discutir com seu médico sobre sua participação. Além disso, antes de ser aceito em uma pesquisa clínica, o paciente passará por uma série de entrevistas e exames que permitirão definir se a pesquisa pode trazer benefícios para o paciente.
A P3Life ajuda a conectar pacientes a pesquisas clínicas e estamos com algumas pesquisas abertas em câncer de pulmão recrutando pacientes.
[1] Estatísticas de câncer | INCA – Instituto Nacional de Câncer
[2] Cancer statistics, 2022 – Siegel – 2022 – CA: A Cancer Journal for Clinicians – Wiley Online Library
[3] Terapia Alvo para Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células – Instituto Oncoguia
[4] Imunoterapia para Câncer de Pulmão de Não Pequenas Células – Instituto Oncoguia
Pesquisa Clínica
O desenvolvimento de medicamentos e equipamentos médicos para o tratamento do câncer, AIDS, entre outras enfermidades, vacinas que nos protegem de doenças como a febre amarela, sarampo e poliomielite, só é possível com a realização de estudos clínicos realizados com seres humanos, para garantir que são realmente eficazes e seguros. No mundo, são milhões de pessoas que participam anualmente de estudos clínicos, contribuindo para a evolução da ciência e garantindo tratamentos mais eficazes e acessíveis a todos.
São estudos aprovados pela Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) para comprovar se um tratamento, medicamento ou dispositivo médico são eficazes e seguros em humanos. Os voluntários recebem o tratamento e exames gratuitamente que são acompanhados por médicos durante o estudo e podem desistir a qualquer momento. Apenas depois de passar pelos estudos clínicos que um medicamento pode ser liberado para uso pela população. Os estudos são fiscalizados pelo Ministério da Saúde através da ANVISA, CONEP (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) e CEP (Comitê de Ética em pesquisa). Estes órgãos revisam, aprovam e inspecionam a pesquisa para garantir a proteção dos direitos, segurança e bem-estar dos voluntários. São milhões de voluntários em todo mundo participando de mais de 200.000 pesquisas por ano. Para participar o voluntário precisa preencher critérios de inclusão e não apresentar nenhum critério de exclusão referentes a sua saúde.
O responsável pelo estudo clínico é um médico ou dentista e é chamado de Investigador Principal ou Pesquisador Principal. Os estudos são realizados em locais chamados Centros de Pesquisa que podem ser hospitais ou clínicas, com a infraestrutura necessária para realizá-los com toda a segurança.
O participante da pesquisa clínica tem algumas obrigações a cumprir, que variam muito de um estudo para outro. Normalmente entre estas obrigações estão o comparecimento com determinada frequência ao centro de pesquisa e tomar a medicação conforme prescrito.
O interessado tem total autonomia para decidir se quer ou não participar do estudo. Antes de tomar esta decisão ele receberá todas as informações necessárias e todas as suas dúvidas serão esclarecidas. Caso decida não participar o interessado não será punido e nem prejudicado de forma nenhuma. Mesmo decidindo participar, o participante poderá desistir a qualquer momento.
A saúde do participante é prioridade, sendo assim, nenhum estudo será realizado se puder prejudicar o participante e qualquer estudo que estiver apresentando mais riscos que benefícios ao participante deverá ser interrompido. Em caso de qualquer dano ao participante, este deverá ser indenizado.
O participante de pesquisa não terá nenhum gasto ou será reembolsado de gastos em decorrência do estudo clínico (como transporte para realizar as consultas e exames previstos no protocolo). Não pode haver despesas pessoais para o participante de pesquisa em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas.